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sábado, 29 de novembro de 2014

Quimeras

Não devia ser tão difícil dizer adeus, afinal, não se tem escolha.
Se tem escolha, não é adeus coisa nenhuma.
Adeus dura pra sempre.
Sempre é uma palavra que apequena a vida, 
é um até amanhã que se repete, 
por cem anos ou um simplesmente não volta do almoço.
Ele dura.
Perdura.
Se arrasta. 
Se alastra.
E de repente, dissemos.
Adeus é o que todas aquelas pessoas da escola, 
nunca disseram pra gente, 
mas tampouco as vimos outra vez.
Adeus é outro eu, 
feito de retalhos que costurei em mim, 
para que eu não partisse em dois.
Um grande paradoxo.
Ou uma bela asneira.
É birra.
É fraqueza.
A tristeza esvaziando tua cara em uma goteira.
Somos nós esperando um encontro, 
um algo a mais, 
um aviso, 
um olá.
Amar, contar e descontar mas nunca ser a história, 
posto que se passou outrora.
Adeus é o ápice daquela hora desesperada, 
onde pedimos ao inalcançável, 
que tome conta do inacessível.
Adeus é o grande talvez, 
que eu saí de casa a procurar, 
é voltei com o bolso cheio de porquês.


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